3.7.11

Mergulhos na costa do Brasil e mundo afora

hispanocarioca entrevista Juan Murillo
Engenheiro, músico e mergulhador nas horas vagas

Mergulhando nas Bahamas

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Os peixes sempre estiveram presentes na vida dele. Desde criança teve muitos aquários e até hoje os mantém. Virou aquarista por hobby. Então vieram as viagens pela costa brasileira e os mergulhos livres. Era natural que a vontade de explorar os mares debaixo d’água o levasse a fazer um curso para aprender a usar o cilindro. Fez o primeiro em 2009 e o segundo ano passado, em Arraial do Cabo, uma das cidades mais conhecidas para a prática do esporte. Em pouco tempo testou seu aprendizado em locais paradisíacos como as Bahamas, o Lago Tanganica, as ilhas Turcas e Caicos entre outros. Logo vieram os mergulhos para observar tubarões e sua agenda já tem novas viagens planejadas. Pelo visto, só o fundo do mar é o seu limite...


Lago Tanganica, Tanzania
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Foram os mergulhos livres que levaram você a procurar o curso com cilindro?
Juan: Os mergulhos livres foram acontecendo de forma natural, já que sei nadar bem, tenho um fôlego razoável e gosto muito de peixes (requisitos básicos para começar). Entretanto, existe curso de mergulho livre também, mas não fiz. Ainda pretendo fazê-lo. Tem pessoas treinadas nisso que são muito feras, mas é um pouco limitado em profundidade e tempo debaixo da água. O mergulho autônomo (com cilindro) permite um nível de interação muito maior. O curso avançado habilita você para mergulhar até 40m de profundidade (no básico o limite é 20) e para o mergulho noturno.
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Para quem fez cursos de mergulho há tão pouco tempo seu "currículo aquático" impressiona. Entre todos os lugares onde você já esteve qual a experiência mais marcante? Por que foi tão marcante?

Ilhas Turcas e Caicos

Juan: A experiência mais marcante foi a alimentação de tubarões nas Bahamas. São mais de 20 tubarões entre 1,5 m a 3 m nadando ao seu redor e esbarrando em você várias vezes. É difícil explicar a sensação. Não tive medo, foi só admiração, pois acho os tubarões animais fascinantes, o nado deles é imponente, belo!
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Bonito, Mato Grosso do Sul

No Brasil você já esteve em vários pontos de mergulho importantes. Qual deles você indicaria para um turista que quisesse fazer um mergulho livre e tivesse que escolher apenas um lugar?
Juan: Fernando de Noronha é um lugar fantástico, com certeza está entre os mais belos do planeta. O mergulho livre lá já é sensacional. Fiz três vezes e passei horas e horas dentro da água. Há excelentes pontos de mergulho livre perto da margem das praias; é só colocar máscara, nadadeiras e entrar na água! A temperatura do mar também é bem confortável! Apesar da sua pergunta se referir a um único ponto, não posso deixar de falar de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Lá existe a oportunidade de ver peixes de água doce da nossa região e isso faz do mergulho uma experiência única. A visibilidade também é muito boa. A água é cristalina, com temperatura de 24°C, e os passeios já incluem a roupa de neoprene.
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Falando ainda dos pontos de mergulho do Brasil, há algum lugar que você não conhece onde você planeja um mergulho com cilindro?


Megulho livre em Fernando de Noronha
Juan: Fernando de Noronha, onde apesar de ter ido três vezes só fiz mergulho livre, não tinha ainda feito o curso. Recife, Abrolhos e Ilha Grande também estão na lista.
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Você começou a mergulhar em locais onde há tubarões. E agora, mergulhar só tem graça se tiver um tubarão por perto para fazer carinho?
Juan: Os tubarões, ao contrário do que a maioria pensa, são animais bem tranqüilos. Ataques a mergulhadores são extremamente raros. Apesar do meu fascínio pelos tubarões gosto também de ver os corais, peixinhos pequenos, arraias, tartarugas etc.
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Arraial do Cabo, Rio de Janeiro

Seu segundo curso com cilindro foi em Arraial do Cabo, onde existem várias escolas conhecidas. Ficou satisfeito? Indicaria?
Juan: Acho que a pessoa que quer fazer um curso de mergulho deve procurar o que for mais logisticamente conveniente e deixar a viagem para Arraial ou outro bom ponto de mergulho apenas para curtir os mergulhos. O curso básico serve para você aprender usar o equipamento, aprender algumas técnicas como desalagar uma máscara ou fazer uma subida de emergência e saber dos potenciais perigos do esporte. Em geral, ninguém sai do curso sentindo-se seguro para mergulhar porque a maioria esmagadora dos cursos é muito corrido. Você aprende e ganha mais segurança com a prática. Quanto ao meu curso em Arraial foi bom, mas realmente teria aproveitado mais fazendo o curso no Lago Paranoá, situado na cidade onde moro, e deixado a viagem em arraial só para curtição.

Cozumel, México

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Fotos: arquivo pessoal de Juan Murillo
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Mais informações no site Mergulho Brazil.

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